FILME PRODUZIDO PELA TACITUS EM COMPOSTELA

Abril 17, 2022
 “Matosinhos e a Origem da Vieira de Santiago”, um filme de 8 minutos produzido pela TACITUS para ANCIMA – Associação para a Animação da Cidade de Matosinhos, foi apresentado no passado dia 14 de fevereiro 2022 em Compostela, na loja do Turismo do Porto e Norte de Portugal, a poucos metros de distância da catedral. Este filme, inserido no âmbito da candidatura “Redes de Património e Caminhos em Ano Xacobeo 2021, foi concebido e narrado pelo historiador Joel Cleto, e realizado por Luís Morais, e foi pensado para ser partilhado nas redes sociais e poderá visto através de um QRCode, presente nos carimbos colocados em Matosinhos nas credenciais dos peregrinos. Com este filme promocional, pretende-se reforçar a importância de Matosinhos e a sua associação a um dos mais importantes símbolos do universo da peregrinação a Santiago: a Vieira.
A sessão contou com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, do Vereador da Cultura e presidente da ANCIMA, Fernando Rocha, e do Vice-presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, Inácio Ribeiro.
A estreia do filme será feita em breve, em Matosinhos, numa sessão pública, a decorrer ao ar livre e com representação ao vivo de algumas das suas cenas.
A curta-metragem, que pretende promover a Lenda de Cayo Carpo na Praia de Matosinhos e explicar a sua ligação à devoção da Concha de Santiago, apresenta uma abordagem inovadora sobre a temática dos Caminhos de Santiago, aliando a vertente do conhecimento histórico à vertente da animação e encenação de lendas que acompanham os caminhos, como é o caso da Lenda de Cayo Carpo, aqui retratada.
Corria o ano de 44 d.C., um vasto areal no lugar de Bouças (designação, até ao início do século XX, do atual concelho de Matosinhos), conhecido como a Praia do Espinheiro, é o local escolhido pelo grande senhor romano e pagão da região, Cayo Carpo, para realizar as festas do seu casamento com a jovem Claudia Loba.
Durante as festividades, o noivo desafia os restantes cavaleiros para uma corrida invulgar de cavalos: venceria quem conseguisse entrar mais longe mar adentro. Para surpresa de todos, o cavalo de Cayo Carpo avança, desenfreado, sobre as águas sem se afundar. Dirige-se para um barco, em pedra, que passa ao largo transportando o corpo de Santiago da Palestina até à Galiza. Perante o milagre que presenciou, Cayo Carpo converte-se ao cristianismo. Engolidos pelas águas do mar, cavaleiro e cavalo reaparecem no areal completamente cobertos de vieiras, convertidas, a partir daí, num dos símbolos de Santiago. Também se diz que Cayo Carpo surgiu completamente “matizadinho” de vieiras e, por esse motivo, passou a ser conhecido como o “Matizadinho” na praia do “Matizadinho”- topónimo que evolui, nos séculos seguintes, para Matosinhos.
A lenda, recorde-se, serviu de inspiração para o friso escultórico, da autoria de João Cutileiro, na fachada do edifício dos Paços do Concelho e para o painel de azulejos de Júlio Resende, na Sala das Sessões Públicas, ambos datados de 1987.
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