A HISTÓRIA SERVE-SE QUENTE: BACALHAU À GOMES DE SÁ

Dezembro 24, 2018
Portugal é o país que, em termos absolutos (e não só per capita), mais bacalhau consome. Em mais nenhum local do planeta este peixe alcançou o estatuto que possui entre nós. O “fiel amigo” faz parte, com efeito, e de um modo relevante, da nossa História, Cultura e Identidade. Ora, o Porto possui uma forte ligação a esta história e, não raras vezes, possuiu mesmo um papel pioneiro na relação dos portugueses com o bacalhau, fazendo com que alguns investigadores afirmem que foi o Porto (e Viana do Castelo) que ensinaram os portugueses a comer bacalhau. Com a cumplicidade dos… ingleses. Estas e muitas outras histórias foram abordadas neste jantar promovido pela”TACITUS. Património & Historia”, comentado pelo historiador Joel Cleto e que teve lugar a 22 de novembro,  muito próximo do emblemático “Muro dos Bacalhoeiros”, no restaurante Downing Street (Praça da Ribeira, nº1)  cujo serviço é assegurado pelo histórico “Chez Lapin”.  Das “1001 maneiras de cozinhar o bacalhau” foi destacado um prato nascido na cidade: o “bacalhau à Gomes de Sá”, cuja casa, de resto, fica também a poucas dezenas de metros de distância do restaurante onde decorreu a sessão. A empresa de vinhos “The Fladgate Partnership”, proprietária, entre outras, das marcas Taylor’s, Croft e Fonseca,  apoiou esta sessão de “A História serve-se quente” dedicada ao bacalhau e à histórica relação da “Invicta” com o “fiel amigo”. O  pretexto foi a marca de vinho do Porto “Newman’s celebrated port” (que todos os  participantes tiveram a oportunidade de degustar) cujas origens, lendárias, remontam a 1679 e a uma atribulada viagem de uma embarcação, ao serviço da família Newman’s, envolvida num comércio triangular entre Londres (para onde levava vinho do Porto), a Terra Nova (de onde trazia bacalhau) e o Porto. Perseguida por piratas e afectada por uma grande tempestade, a embarcação, que transportava vinho para Londres, acabou por passar o inverno na Terra Nova. Conta a lenda que, por tal motivo e “envelhecimento”, este vinho do Porto ganhou propriedades únicas. Certo é que, até aos nossos dias, esta é marca de Porto mais consumida naquelas paragens setentrionais.  
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